Militantes debatem Soberania Alimentar a partir do feminismo

O direito dos povos, países ou união de Estados de definir suas políticas agrícolas e alimentares e proteger sua produção e sua cultura alimentar foi o tema debatido na tarde de hoje (29), durante a conferência “Soberania alimentar: estratégias das mulheres para transformar o modelo de (re) produção e consumo”, realizado dentro da programação do 9º Encontro Internacional da Marcha Mundial das Mulheres (MMM), que ocorre até o próximo sábado (31), no Memorial da América Latina, em São Paulo.

Para Maria Emilia, presidente do Consea (Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional), cada vez mais comer é um ato político. “ A soberania alimentar vai contra a ideia de que o mercado pode regular o alimento”. Segundo ela, além de significar o direito dos povos a uma alimentação suficiente e ecológica, a soberania alimentar significa também uma mudanças nas relações sociais e econômicas, “mas essa mudança precisa vir acompanhada de uma concepção feminista”, afirmou Maria Emília.

Foto: Geilane Oliveira

Foto: Geilane Oliveira

Elsa Beaulieu, pesquisadora e integrante da MMM de Tibete, contextualizou a importância da Marcha Mundial das Mulheres no debate da Soberania Alimentar, já que a MMM vem construindo o tema, em aliança com os movimentos camponeses , desde o primeiro Fórum Social Mundial (FSM). Para a pesquisadora, a Marcha trouxe temas importantes do feminismo para o debate, muito a partir da questão da solidariedade

Adriana Mezadri, das mulheres da Via Campesina, denunciou as formas de exploração do agronegócio, que se utiliza das sementes transgênicas na produção, fazendo com que haja perda de autonomia dos agricultores. “As sementes precisam estar à serviço do povo”, afirmou. Ainda segundo ela, dentro deste modelo agrícola é necessário pensar ainda a questão da divisão sexual do trabalho no campo. “Há casos de companheiras que trabalham até 12 horas”, pontuou.

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